quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Falsa Representação

"...tenho algo a dizer, sempre que ouço os lamentos, de um continente que geme de dor, tão longe de Deus, tão perto do Tio Sam..."
... e os Garotos não estavam errados há mais de trinta anos. 
    Se o começo da vontade de expressar-se há trinta anos era difícil de achar um ponto de colocação no espaço, visto que ainda estávamos em decadência da ditadura militar brasileira, hoje, nessa falsa democracia, é pior ainda.
    Pior, porque elegemos caras que não sabemos quem são, elegemos gente que aparece do nada, colocamos um alguém no poder sem condições mentais para exercer atividades, atividades muito bem remuneradas, por sinal, é por dinheiro e por poder que eles estão lá.     
    Elegemos por sermos obrigados a votar. Nos acostumamos, na verdade, a dizer sim para tudo, exatamente como vaquinhas de presépio. O povo escolheu um representante para estar lá, lá no interior de Goiás, lá no planalto central, lá, naquela "Casa da Mãe Joana", lá, onde todos deveriam ser indiciados por formação de quadrilha, lá, onde nos roubam às claras, sem máscara... espera aí, sem máscara? Com máscara, meus caros, com várias camadas de uma máscara que é quase impenetrável, eu disse, quase impenetrável. O poder está em nossas mãos. Basta quebrarmos todas elas, as máscaras, até aparecer um filho de uma puta com cara o suficiente para levar tapas e aprender a ter vergonha na cara esmurrada
    Na verdade, essa democracia imposta ao povo, reflete o quanto somos fracos em relação à política e às escolhas que fazemos para os representantes da nação, dentro da casa bicameral. É culpa do povo? Sim, a culpa é toda nossa, que permitimos a zueira toda há mais de quinhentos anos. Inaceitável é ouvir que a zona, o barulho, a falta de ética e a falta de organização vêm do povo. 
    O povo conta com as palavras de um vermezinho, um bulha, um cabelo de lado penteado com gel importado, bem arrumadinho, um saco de lixo engomado, com as mesmas máscaras do parágrafo acima, que promete as estrelas, os planetas e um orgasmo eterno à plebe, que oferta dinheiro, linhas de costura, cartão do governo para comprar elétroeletrônicos e afins, mas na verdade, está com o punho cerrado direito, pronto para socar-nos, mas socar-nos muito, mas muito forte mesmo, até não termos forças para reclamar e começarem tudo novamente. 
    É um absurdo dizer que vivemos tão bem assim numa nação que viveu ditaduras, horrores políticos planejados, acordos de cavalheiros e pressão, mas muita pressão ao povo tupiniquim. Não, não estamos bem. Estamos à beira da falência, enquanto sociedade. Alimentamos abutres em pele de cordeiro. A falsa representação e a falsa democracia andam juntas.
    Não quero ser apenas mais um que grita. Quero fazer parte de um todo, de um organismo, de uma sociedade, de uma organização coletiva. Uma nação que grita e que geme, se for oprimida, sobretudo porque saberá organizar-se para espalhar o repúdio e tirar do trono quem não nos representa como desejamos. Não aguentamos mais ser enganados por ideias retrógradas que vêm da capital federal. 
    Tenho sempre algo a dizer e direi. Direi até minhas forças cessarem. Pensemos, ainda não é proibido.

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