segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Santificada

Tive um sonho semana passada que deixou-me assustado e, ao acordar, ofegante. Não era nem um pesadelo, nem um sonho real, tão pouco um sonho que eu gostaria de vivenciar, como tantos outros que já desejei trazer para a vida real, mas, sobretudo, um sonho que um dia não mais será virtual - se é que sabemos distinguir o real no virtual - porque pode acontecer um dia, mesmo que eu não queira.
Sonhei com a Santificada. Eu estava, parece-me, em uma casa no alto de uma montanha, também não sei dizer se era em São Paulo ou, até mesmo, fora do Brasil. Da casa na qual encontrava-me, avistava-a de longe, tremulando, linda como sempre. Ela estava num mastro dourado, na casa de vizinhos que eu não conhecia, pois, naquele momento não avistara ninguém. Sua imagem era real, suas cores eram vivas, fortes, chamavam-me, só aí o sonho já me bastava. Recordo que arrepiava-me ao vê-la de longe, lá de onde eu estava e não podia tocá-la. Anoiteceu e eu não continha-me somente com sua imagem em minha mente. Eu precisava roubá-la, tê-la em minhas mãos e guardá-la para todo o sempre, amém.
Como um relâmpago, sai de minha cama e fui pro lado de fora, estudando o momento certo para invadir o local e fazer meu coração acelerar. Percebia a penumbra tomando conta daquele lugar e, vagarosamente, saltei para o lado oposto.
Juro, que do salto à casa vizinha até o momento que regressei, não me lembro de mais nada. Mas o pior estava por vir.
Como se eu estivesse num filme de aventura ou suspense, ouvi vozes e passos ao redor da casa - somente nesse momento eu me dera conta de que o pulo para o vizinho não estava acontecendo, não passei da linha de divisão entre as casas. As vozes eram ameassadoras, seus timbres eram fortes e vinham sempre em minha direção. Eu olhava por buracos na parede e via pessoas que não me pareciam os conviventes daqui, pareciam de outro país. Eu encarava olhos que encaravam os meus. Não fui agredido em nenhum momento, mas a pressão psicológica que eu sentia era pior que chutes e pontapés. Eles queriam entrar na casa, com certeza iriam acabar comigo. Mas mesmo no sonho eu não me lembro do que aconteceu depois que pulei o muro. Neste momento só me vinha a imagem da Santificada, mas comigo ela não estava. 
No meio desse meu pensamento atordoado, eu não me sentia seguro dentro daquele local, parecia que as paredes eram de papelão, tamanho o medo que aquelas pessoas me causavam.
Nada voltou ao normal, pelo menos lembrando agora. Acho que roubei a Santificada e ela era tão importante para eles como é e sempre será para mim.
As guerras entre as várias vertentes de adoração à Santificada existirão. Meu amor por ela nunca acabará. O sangue derramado em 1932 e a glória do MMDC estarão em mim pelo resto de minha vida.
Acordei no meio da madrugada, suando, com o coração batendo forte e lembrando do sonho. Olhei para o lado esquerdo da cama e a vi pendurada em minha parede. Por lá estará até que eu morra.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Malditos sejam vocês, ratos!

1808, uma grande família de parlapatães resolve conhecer o local de onde o ouro e as riquezas eram roubadas e enviadas ao, então, pobre, acabado, nojento continente europeu. Sim, porque naquela época, a tão sonhada e vislulmbradora Europa era apenas um continentizinho de merda, com reis e rainhas que não respondiam por si. Nem saneamento eles tinha. Mas falemos dos ratos fugidos das mãos de Napoleão, o imperador da França.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Senhor, seu troco!

Aquele maldito ser passou por mim e soltou, de suas entranhas corroídas, aquele ar poluído, nojento, fulmegante, asqueroso, horrível, podre e estiloso (estilo pelo menos em sua mente). Sobretudo, porque, quem fuma, começou a fumar achando que levar o cigarro à boca é lindo, daí não contava com as "vitaminas" que nele contém e tornou-se um viciado. Hoje é um dependente tabagista e coopera para o aquecimento global.
Não é ódio que sinto por essas pessoas. Sinto pena de serem tão frágeis, cpena por terem o corpo todo abalado. Mas fazer o quê?, são dependentes. Sinto ódio mesmo quando inalo aquela maldita fumaça. Ao sentir aquilo, juro que me sobe o sangue e tenho raiva, ódio, vontade de acabar com aquele maldito que está fumando perto de mim. Essas pessoas devem ser isoladas e tratadas com desprezo. Porque se olho para ele e cuspo em sua cara, será o troco que darei em resposta à sua atitude. 
Não me importa se os fumantes desejam morrer de câncer e perder seu corpo, não me importo com eles, importo-me comigo e, tão somente, comigo. 
Hoje não aguentei e explodi os coretos. - Olhei para aquele verme e disse: "Senhor, seu troco, seu verme putrefato de outro mundo". Sem dó, cuspi em sua cara. Andei à frente e fui aplaudido pela multidão que passava.

- Entendeu, doutor Carlos? Por isso vim hoje ao seu consultório psiquíatrico. Não tenho mais paciência! Sentar no divã e narrar meus dias é tudo para mim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O que pensam os americanos.

Esses dias assisti um filme chamado "Stop Loss - A Lei da Guerra". Não é um dos melhores filmes para ser citado como exemplo de filme bom. Mas gostei porque em algumas cenas me fez refletir sobre um assunto muito sério, intrigante e, sobretudo, perturbador. Para quem quiser saber sobre o filme, conto um pouco aqui e depois aluguem ou leiam a sinopse no Google, pois meu objetivo neste texto não é resenhá-lo, mas sim descrever o que senti vendo-o.

Bom, o filme é mais um sobre as "gloriosas" guerras que os EUA travam, como sempre foi. O enredo é interessante, porque conta parte do cotidiano de soldados americanos no front de batalha, no Iraque, em meados de 2007. Conta também o conflito na mente de rapazes entre 22 e 26 anos que são exímios atiradores, matam muitos "Hajs" e voltam para casa, para o seio da família, para os olhares das namoradas e para o suor dos cálices de tequilas deliciosas do Texas, mas sem esquecer que vão voltar ao front e vão matar ou morrer.

O que me surpreendeu nesse filme foi simples: o amor que os americanos têm entre si. O ódio que as guerras trazem aos soldados e os problemas psicológicos que permanecem, não impedem que eles também sejam sofridos, não importando ser a maior potência do mundo - em decadência, claro. Percebi que não podemos ter ódio deles. Devemos ser contra a política que aplicam lá no Norte e reflete no Brasil e no mundo. Sobretudo quando vi os filhos irem para a guerra e os pais chorarem porque estão matando gente ou, todavia, não voltarão para o Texas, sua casa, seu lar. 

Esse filme conseguiu rancar de mim um sentimento amargo que eu derramava sobre aquele país. Posso dizer que minha indiguinação é com a política organizada e os percausos que os presidentes americanos oferecem ao seu povo, não com o povo americano que é tão sofrido quanto os povos de Iraque, Afeganistão, entre outros. 
Eu via nos olhares dos pais aquele sentimento de "Meu Deus, porque acontece isso conosco?". Percebi a aflição que sentem ao estarem dentro de uma política absurdo que envolve ganância pelo petróleo e logo mais, daqui há alguns anos, o domínio da água e do ar que temos de graça, que Deus nos manda sempre.

O pessoal da MTV Brasil, toda a trupe de Marcelo Adnet, conseguiu materializar o sentimento que é mostrado em "Stop Loss". Lá, o pessoal fez uma musiquinha que é bem americana. Eles satirizam sobre o quanto os americanos se enchem de comida e gordura, são patrióticos e não veem as bestas que estão criando. São obesos e não olham para os filhos que são pequenos e indefesos. Esses filhos vão crescendo e alimentando um ódio pela distância absurda de seus pais. Crescem praticamente sozinhos e ninguém se preocupa com o que acontece com eles. Essa criança torna-se adulto e mata muita gente ou explode casas e edifícios. Daí, sabemos o nome do filme, a culpa é dos árabes, pois despejam um ódio mortal aos EUA. Será mesmo? Será que o problema não está no epicentro da movimentação? Eu acho que sim. 
Eu desejo, do fundo do meu coração, que Deus olhe pelo povo americano e dê sabedoria a seus governantes. São pessoas que morrem por uma causa que não existe, que mata há centenas de anos. O poder do mais forte sobre o fracassado. Isso deve acabar.