segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Meia Maratona Internacional 2011

Correr! Ah, a corrida! Ela é linda, desgastante, emocionante, convidativa, energética, arrepiante.

Hoje participei da Meia Maratona Internacional de SP. A alegria começa na largada, começa na concentração. Alguns vão para ser campeões. Outros para melhorar seu tempo. E outros, no entanto, para concentrar-se e só pensar em completar a prova. Eu fico no grupo que se concentrou. A prova exije da pessoa esforços e emoções que não temos todos os dias.

Durante o percurso vemos caras, pessoas de todos os jeitos, cada um dando o seu melhor. Há pessoas que cumprimentam os conhecidos do outro lado, dizendo o nome e dando aquela força na moral para empurrar o indivíduo para frente. Comecei a sentir algumas dores aos 15k. Senti minha pantorrilha esquerda fisgar um pouco. Mas continuei firme. Ao longo do caminho existem as mesas com água. Eu pegava algumas para me hidratar e refrescar um pouco o corpo. A multidão para completar a Meia Maratona era gigante. Para se ter uma ideia, o campeão completou os 21k em 1h03, algo inacreditável para um ser humano. Mas mágico também. Ele mereceu. Treinou muito para ganhar. Eu completei a prova em 2h20. Increvi-me para abaixo de 2h30. Treinei bastante para isso e cheguei, completei o percurso. Sobretudo, meus caros, completar a prova não foi o mais espetacular que vivi, claro que não. Quando cheguei ao ínicio da praça Charles Miller, já avistando a chegada, algo extraordinário aconteceu. Daquele ponto no qual eu estava, ouvia as pessoas gritando de emoção ao completar a prova, não importando o seu tempo, mas completando. A cada passo que eu dava para a chegada, eu também sentia aquela emoção. É algo que vem do céu, algo mágico, contagiante. Senti, por duas vezes, vontande de chorar (tamanho era o estímulo sentimental que eu absorvia), vontade de correr cada vez mais rápido. Arrepiava-me a cada passo. Observando as pessoas nos vendo do lado de fora era como se o espetáculo fosse só meu. O meu choro era gostoso, eu queria chorar! Os pêlos do meu corpo estavam arrepiados de tanta emoção - arrepio-me até agora ao lembrar. Quando cruzei a linha de chegada, dei um grito forte, entusiasmado, e fiz questão que todos ouvissem o que eu sentia naquele momento. Amigos, completei uma Meia Maratona. Minha satisfação pessoal está realizada. Convido todos a participarem dessa emoção, agora colocada em minhas memórias eternas.

Forte abraço para todos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Materque II

No despero de não ter o melhor refúgio do mundo olhando por mim, apoiando-me, passei por alguns caminhos vagos que me levaram ao abismo. Não ter aquelas mãos brancas e grandes acariciando meus cabelos claros, é o mesmo que não ter direção.
Sei hoje que a direção é a segurança da nossa vida, essa segurança é a nossa casa, o nosso lar, o nosso refúgio, noster mater. E quando você está fora por muitos dias, quase 1/4 de ano longe de seu porto seguro, seus pensamentos vagam num limbo frenético.
Descobri que minha felicidade não está fora de casa. Nunca vou encontrá-la com outras pessoas, em outros lugares. Minha felicidade acompanha-me quando fecho a porta de casa para ir trabalhar, quando minha antena da mente está ligada ao meu lar. Minha felicidade é saber que vou chegar em casa e ter paz.
Como terás paz se a paz vem de dentro? Vem da harmonia que as mãos brancas carregaram-te por anos no colo... Mea mater.
Ao levantar do sofá e decidir tomar um copo d'água, não era isso que vinha em minha mente. O que realmente queria era conversar. Observei-a sentada na cadeira da cozinha, tomando seu café...
Foi quando eu disse: - posso falar com você?
Sem pensar duas vezes, respondeu-me: - claro, com certeza, sente-se!
Seu coração estava aberto esse tempo todo. Só eu não percebi.
Hoje é o dia mais feliz que já tive nesses últimos 3 meses

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Rio de Janeiro



Infelizmente o Rio sempre esteve em uma guerra civil não declarada. Mocinhos e bandidos de um lado e mocinhos e bandidos de outro. Quero dizer, as favelas, as comunidades carentes sentem em seus "líderes", traficantes armados até os dentes, confiança e respeito. Logo, quando a polícia invade, torna-se inimiga. Quando ocupa os morros com a ajuda do Governo Federal, torna-se mocinho de novo.
O Rio de janeiro precisa encarar toda essa lambança com estranheza, como algo que não lhes pertence. Precisa querer a Educação ativa em suas crianças. Precisa educar. Só assim o pensamento perdido de mocinhos e bandidos irá acabar e fruir uma paz.
O nosso Rio de Janeiro de todos os brasileiros precisa ser lindo como sempre foi. Lembra que Dom Pedro II morava lá? LEmbra que já foram uma capital? Lembra? Mudemos, Rio de Janeiro. Mudemos o pensamento de sua gente para termos Ordem e Progresso.

Este texto seria um comentário para o blog http://http://teoria-do-playmobil.blogspot.com/2011/02/redentor.html#comments. Como me prolonguei nas palavras do comentário, saiu em homenagem.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Limbo



Hoje tive um sonho estranho. Não posso e não sei dizer se foi um pesadelo ou um sonho real, daqueles que você se lembra, mas não lembra. Saca?
Sonhei que eu escrevia aqui nas minhas memórias um texto curto, porém muito completo. Um texto lindo que traria um relevante pensamento para nós. De repente, do nada sonhei que observava pela janela do meu quarto os vizinhos de baixo indo à escola. Mas agora sei que não eram eles, pois têm 14 e 15 anos de idade cada. As crianças de meu sonho eram pequenas...Olha que loucura! Sei que muita gente já teve sonhos assim.
Mas o que mais me intrigou e está intrigando até agora é o fato de não conseguir lembrar desse tal texto -sabe aquela coisa que falamos: "está na ponta da língua"? Então, está na ponta da minha língua mas não sai. Que coisa!!
Posso dizer que todo o sonho ficou no limbo. Aquele lugar que pessoas boas vão, mas não são nem Julgadas nem Condenadas, aguardam o final, já que estão no final, o Limbo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Spiker

Quando eu tinha 16 anos, fiz uma loucura que poucos jovens com a minha idade teriam coragem de executar.
Era um sábado da primavera do ano de 2001 - é, aquele... 2001: uma Odisséia..., antes era com acento, hoje, não, ...no espaço. Engraçado! Pois bem, estavámos meu cachorro e eu em casa e não tínhamos nada para fazer. A feira da rua já havia findado suas atividades e víamos as pessoas retirarem as bancas e as frutas, ele no meu colo e eu quase dormindo no portão de casa. De repente veio uma vontade imensa de sair com Spiker para passear pelas ruas do bairro. Como a feira já tinha acabado, calculo hoje que seriam umas três e alguma coisinha da tarde.
Peguei a coleira e a guia dele e saímos. Minha intenção não era ir muito longe, mas fomos, hhihiiihi. Quando vi, já eram 5 horas tarde, e estávamos muito longe de casa. Daí veio a ideia maluca de continuar. E continuei. Olhei para o céu e estava tudo escuro, e nós dois com fome e frio, pois havia chovido naquela tarde, e muito. Andamos, andamos e o coitado cada vez mais cansado de andar. Em um determinado trecho ouvi a musiquinha tradicional do Jornal Nacional passando na TV, já eram oito e pouco, pode ter certeza... Sentei em uma praça com ele e acariciei seus pêlos com muito carinho, pedindo desculpas por tê-lo feito andar tanto. Acho que ele entendeu, pois imediatamente levantou-se e como se estivesse a me chamar, caminhou na frente. Corri um pouco e fomos juntos.
Um pouco mais à frente estávamos no Bairro da Penha, andando pela passarela e pegando a Radial ao contrário, rumo ao nosso destino, nossa casa.
Andamos muito, mas muito. Devemos ter andado uns 50 km naquele dia.
Por cada bairro que percorríamos, eu avistava-me no ônibus que fazia o mesmo trajeto na semana.
Como num passe de mágica, chegamos ao nosso bairro. Percebi que já era de madrugada e as ruas, a cada investida de nossos passos, ficavam mais desertas.
Spiker não aguentava mais andar, pedia-me para pararmos. Olhava-me com aquele olhar triste que só os cachorros sabem fazer, um semblante baixo e quieto. Eu me cobrava por dentro por estar a tanto tempo na rua sem comer e sem beber nada.
Em um certo trecho de nossa aventura, paramos na rampa de uma loja e por lá ficamos. Acho que cochilamos ali por uma meia hora. o meu travesseiro era Spiker e nossa cama era o cimento. Um amigo que não reclamava das loucuras de seu dono, apenas acompanhava.
Não aguentando o chão duro e frio, levantamo-nos e continuamos nossa árdua caminhada. Chegamos em casa cansados, com fome, com frio e mais amigos. Apesar de termos ido longe demais, ficamos sempre juntos. Eu o protegendo e ele a mim. Esteja bem, cão amigo.
A primeira coisa que fiz quando chegamos foi colocar sua panela de comida no mesmo lugar e observar sua fome sendo contida.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mentira sincera



"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades
teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando,
falei muitas vezes como um palhaço
mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria."


(Charles Chaplin)