domingo, 20 de maio de 2012

Mudanças em meu Jardim

E depois de muito tempo, eu ainda passava pelo meu jardim e o via perfeito. Cada planta, com um sentimento, estava em seu lugar. As árvores em crescimento estavam lindas, floridas.
Mesmo passando quase que diariamente por lá, em alguns momentos eu achava que havia algo de errado. Contudo, eu cai no círculo viciante da comodidade, aquela sensação de que tudo estava bem e nada poderia ser mudado em meu jardim. Afinal, ele ainda era belo, eu o cultivava de longe e emanava pensamentos por ele. As flores brilhavam, o astro-rei passeava durante o dia, as formigas se alimentavam sob a terra e os pássaros o visitavam diariamente. Mas eu ainda tinha um sentimento de medo, uma repulsa cega pela mudança de algo. Mudaria o quê, se, afinal, está tudo lindo?
E foi nesse ponto que eu me enganei. Meu sentimento pelo meu jardim estava na mesmice. Olhar para ele apenas, tirar uma ou duas ervas daninhas de lá e estar sobre o jardim não eram atitudes de amor.
Eu também sentia que o sufocava, minha constate presença já não o alimentava. Não tínhamos uma reciprocidade calorosa emanada. Era tudo normal. Passar pelo jardim ficou comum. Eu olhava de cima para as flores, para grama e não me identificava mais, porém, sabia que queria ter um jardim. Mantê-lo ali era o importante.
Contudo, meu jardim ainda nos via unidos, ainda nos queria próximos. Há algum tempo, também pensei em mudanças. Meu jardim também percebera algo de errado e dialogou... A mesmice era o que nos corroía e, com toda a certeza, nos devoraria. Meu jardim seria apenas um amontoado de folhas secas, sem lembranças boas, maltratado, sem história.
Em uma das frias noites do outono paulista, meu jardim reclamou que queria mudanças e admitiria tais mudanças. Não impôs nada a mim, mas mudanças deveriam ser estabelecidas para que nos apegássemos ainda mais. A mesmice das vindas e idas pelo meu jardim não estavam agrandando sua alma. Não conversávamos mais, não dizíamos como foram nossos dias sem um ao outro. Não trocávamos reais sentimentos de cumplicidade, amorosidade e carinho.
Com todos esses sentimento que troquei com meu jardim, desabei em lágrimas e percebi que suas palavras atingiram diretamente no ponto da falha. As mudanças sempre serão bem-vindas ao cotidiano.
Depois de chorar e pensar em destruir todo o jardim que construímos, percebemos que nos amamos, que o que faltava era atitude e emoção em nosso relacionamento. Vejo que meu jardim está mais cuidado. Eu estou cuidando? Também! Mas meu jardim se renova a todo dia. Nossa mudança será para sempre. Percebi que eu floresço a cada dia depois que meu jardim me ajudou a mudar, a me emocionar a cada momento da nossa linda vida. Quero meu jardim lindo por todos os dias. Sei que cooperei para isso.

domingo, 13 de maio de 2012

Um Feliz dia das Mães

Por mais que as palavras sejam lindas, tocantes e emocionadas, homens jamais saberão o que é ter o título de mãe. Mesmo aqueles que são pais e mães para seus filhos.
Perdi meu pai com quatro anos, minha mãe foi meu pai e minha mãe. Ela soube ser meu pai, soube nos educar, a mim e aos meus irmãos, com forças tiradas do ámago, abaixo do poder de Deus, claro, que nunca nos abandonou.
Já brigamos, já nos machucamos, mas querer bem à minha mãe é o meu desejo desde sempre. Digo que ela é uma leoa, uma rocha que aguenta as ondas do mar batendo até hoje.
Para mim, todo dia é seu dia. Hoje é celebrado o dia dela para termos uma homenagem, um ponto de partida, uma lembrança, um ponto zero, UM MARCO.
Por aqui, sempre a chamamos de "madre", um carinho que temos desde pequenos, mas as mães podem ser chamadas de "mater" e "materque", em latim, que mesmo assim terão a essência que uma matriarca emana.
Que o dia de hoje seja repleto de amor para as mães, para aquelas que serão mães e para a minha mãe, a dona Jussara, que é avó e adora ser chamada de "vovó Jujú".
Um beijo para todas!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dia do Trabalhador

A Internacional (em francês: L'Internationale) é um famoso hino socialista, sendo também uma das canções mais conhecidas de todo o mundo.
A letra original da canção foi escrita em francês em 1871 por Eugène Pottier (1816-1887), que havia sido um dos membros da Comuna de Paris. A intenção de Pottier era a de que o poema fosse cantado ao ritmo da Marselhesa. Em 1888, Pierre De Geyter (1848–1932) transformou o poema em música.
No Brasil, A Internacional é interpretada pela banda de punk rock paulistana Garotos Podres, em seu disco de 2003,  Garotozil de Podrezepam.

A Internacional

De pé, ó vitimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra

Cortai o mal bem pelo fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó produtores

Bem unidos façamosNesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

Senhores, Patrões, chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum

Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

O crime de rico, a lei o cobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido

À opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha

Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Querendo que ela o restitua
O povo só quer o que é seu

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós, guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos, trabalhadores

Se a raça vil, cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional

Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a Terra aos produtivos
Ó parasitas deixai o mundo

Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar

Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional